Ano XVII – nº 50-52 | ago.-dez. 2024 | ISSN 1983-2354.
“Para além da dicotomização entre Identidade e Devir, urge a necessidade de entender que tais conceitos precisam passar por uma compreensão situada e interseccional, para que se assuma a imanência e a complexidade de saberes encarnados na consistência de modos de vida em um país que se ergueu pela branquitude assentada na colonialidade e(m) sua produção de gradações e negações de vidas aos corpos racializados”.
“O conceito de diáspora é tomado enquanto um processo dinâmico, polissêmico e pluriversal. sugerimos a amarração teórica com a proposta desenvolvida por Lélia Gonzalez de “amefricanidade”. Como o racismo e a colonialidade intervém nos processos de subjetivação da população negra amefricana. Racismo, colonialidade e processos de subjetivação são abordados como contextos em que reconstituímos nossas ancestralidades”.
“Neste breve ensaio-teórico, a proposta foi pensar a necessidade epistemologias plurais na psicologia, visto que, a pretensão de uma psicologia hegemonicamente universal é a marca colonial mais profunda que a ciência psicológica pode ter. Essa psicologia é embutida por racionalidade neoliberal que visa a proteção de uma reserva de mercado. As psicologias descoloniais e descolonizadoras se constroem a partir da mistura, dos entrelaçamentos entre os saberes científicos e a linguagem popular.”
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Ao entender que, para conhecer e atuar com a saúde mental da população negra é preciso sulear os saberes, EmpreteSer a atuação profissional e sua prática pedagógica. […] o artigo tem como objetivo analisar o quanto e de que modo a proposta da referida formação possibilitou o fortalecimento da saúde mental das pessoas envolvidas. O quanto e de que modo proporcionou o desenvolvimento de novas formas de cuidado e cura, a partir dos estudos e das experiências vividas”.
”A psicologia preta/africana contém em seu corpo conceitual, teórico, técnico e metodológico a filosofia africana, que é determinada por valores éticos e morais dos modos de vida africanos. Nesse sentido, a psicologia com orientação africana encontra nos provérbios africanos um meio pelo qual expressar o asili, de forma a conduzir o processo terapêutico fornecendo subsídios culturalmente consistentes para lidar com significados compartilhados em experiências de pessoas pretas”.
“As reflexões apresentadas buscam, portanto, não apenas identificar os desafios, mas também demonstrar as potências do amor e da solidariedade entre pessoas negras que, apesar das adversidades, continuam a encontrar formas de cura e afeto em meio a um legado histórico de opressão. Essa busca por cura e resiliência revela a importância das relações afetivas na construção das identidades e na promoção do bem-estar do povo preto”.
“Esta é uma escrevivência de quatro intelectuais negras. Somos todas profissionais de psicologia e atuamos sobretudo na clínica. Embora ofertantes de cuidado e cuidado em saúde mental, além de pesquisadoras, não estamos a salvo do racismo, mesmo em uma formação basilarmente voltada para as relações étnico-raciais e saúde mental. Denunciamos um dos racismos sofridos em uma instituição de ensino, assim como o modo de agir branco quando apontamos seus racismos.”
“[…] uma compreensão de mundo e de si, a partir da relação entre mídias sociais e filosofias africanas, servirá como um ponto de partida para pensar o sujeito inserido em seus contextos históricos e culturais, a despeito da existência do racismo. A partir daí, podemos questionar também outros fatores, como a localização histórica, cultural e psicológica das leituras, intervenções políticas e influências em favor da autonomia de corpos negros.”
“[…] No percurso empreendido, desdobra-se, como objetivo, refletir sobre como o ambiente escolar afeta a constituição das subjetividades negras, seja levando em consideração que tal meio social é produto e produtor de racismos, mas também potência de práticas decoloniais. […]”.
Este artigo propõe uma leitura decolonial das letras do grupo de rap Racionais MC’s, enfatizando como suas narrativas denunciam questões de raça, classe, gênero, trabalho e relações sociais, representando uma resistência cultural contra colonial.
“[…] o trabalho aqui apresentado é oriundo da experiência vivencial como participante e observadora do Curso de Extensão da Formação em Epistemologias e Filosofias Africanas e Psicologia Preta. Um dos braços do Núcleo de Estudos sobre Gênero, Raça, Classe e Trabalho – NEGRACT da Universidade Federal do Delta Parnaíba.”
“Cartografamos e apresentamos nossas escrevivências, que são devoradoras. Escrevivências que, além de narrar, são pensar-corpo. Escrevivências que nascem também da força de sua ideia, de sua genealogia de experiências étnicas. Diferentes campos de trabalho são engendrados y sonhados nos nossos encontros. […] Retomamos as referências de Abdias Nascimento e Beatriz Nascimento a respeito dos aquilombamento na história brasileira, entendendo este corpo coletivo como máquina de guerra”.
“O presente estudo se trata de relatos de experiências de mulheres negras, desde o momento da descoberta como tais, até o momento em que adentramos a academia e desconstruímos e provocamos a ruptura ou (dis) rupturas na nossa escrita através dos encontros em uma formação de psicologia afropespectivada promovida pelo Núcleo de Estudos sobre Gênero, Raça, Classe e Trabalho da Universidade Federal do Delta do Parnaíba”.
“Inspirado em obras como “Movimento Negro Educador” de Nilma Lino Gomes e o trabalho de Petronilha Silva com Luiz Gonçalves, este estudo busca compreender o processo histórico de escolarização dos negros desde o século XIX e como esse processo tem sido influenciado pelo contexto social e político.”
“Ainda nos perguntamos: o que é preciso para ser professor? Quais são os saberes indispensáveis à docência? De onde provêm seus conhecimentos? Essas perguntas, apesar de parecerem simples, têm respostas complexas.”
“Os mocambos configuram-se como território que salvaguarda línguas, políticas, e princípios filosóficos próprios nos quais o indivíduo, por meio de uma relação de pertencimento, vivencia-se nele a manutenção das memórias dos antepassados. As produções artísticas permitem explorar diferentes formas de expressão e proporcionam espaços de liberdade criativa e reflexão crítica”.
“Este artigo busca refletir sobre a invisibilidade e apagamento das personalidades negras brasileiras, bem como analisar as experiências socioeducativas do movimento negro como estratégia de formação e emancipação. Partindo da trajetória de Nair Theodoro de Araújo, uma mulher preta que teve participação ativa na Associação Cultural do Negro, fundada por José Correia Leite em 1954, em São Paulo, questiona-se por que tantas figuras como ela são esquecidas e silenciadas.”
“Este estudo tem por finalidade fomentar o interesse pelos possíveis impactos causados pela pandemia ao ensino público de Seropédica, sendo este uma possível ferramenta de alerta para traçar estratégias e ações de enfrentamento aos impactos.”
“O objetivo deste artigo é apresentar como os professores vem se preparando pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro para atuar com a Lei 10.639/2003 no ambiente escolar.”
“O objetivo deste trabalho é investigar como é feito o oferecimento de cursos de formação continuada sobre a temática das relações étnico-raciais na escola para professores na rede Municipal de Ribeirão Preto e na rede Municipal de São Paulo, cujas regiões representam a capital e o interior do estado.”
“Artigo traz apontamentos sobre a fotografia como registro de avaliação/registro individual da criança de forma documental e considerações em que a apresento como instrumento de registro e produção de memória, construção de identidade, afeto, lembranças e sentimento, capaz de produzir sensações, sentimentos e conhecimentos que também passam pelos sentidos.”
“O estudo buscou problematizar qual o papel do professor frente as desigualdades raciais no primeiro segmento da educação básica tomando como base a lei 10/639-03 e suas possíveis influências na construção curricular, compreendendo que mesma apresenta obrigatoriedade de implementação em todos os segmentos da educação básica.”
O artigo propõe uma reflexão do papel da Educação Profissional e Tecnológica dos Institutos Federais de Educação na construção de uma sociedade democrática. Apresenta uma proposta de uso de letras de sambas de enredo como material pedagógico para subsidiar a prática das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
“A fim de que não haja retrocessos no que já foi conquistado pela Educação Ambiental até o momento, esta prática deve ser uma tarefa contínua em busca da sensibilização do indivíduo e de sua importância na promoção de ações que rompam com os paradigmas da sociedade moderna e suas relações com o meio ambiente.”
“A metodologia utilizada inclui pesquisa-ação, docências compartilhadas e oficinas de Hip-Hop, Djembê e Atabaque voltadas para a literatura e musicalidade afro-brasileira. Os resultados evidenciam que as docências compartilhadas e oficinas estimularam a criatividade e integração entre estudantes de diferentes idades, contribuindo para o desenvolvimento da autoestima e confiança, além de impactar positivamente o comportamento coletivo e as relações interpessoais na convivência escolar.”
“A intenção deste trabalho é problematizar as distorções que se manifestam ainda hoje na educação pública brasileira e identificar que a educação voltada à narrativa colonizadora pode contribuir para a manutenção e ampliação de práticas racistas. A metodologia do estudo seguiu com os procedimentos: a pesquisa de campo ao longo de dois anos de projeto de mestrado, com permanência de três dias por semana na cidade, com ênfase na observação das práticas sociais e educacionais.”
Filhos de Oxalá: crônicas, contos e poemas é uma coletânea exclusivamente composta por conteúdos inéditos que trazem narrativas reais ou ficcionais em prosa e verso em torno da relação cotidiana entre nós humanos e o orixá Oxalá e este com os demais orixás.
É uma coletânea de contos, crônicas e poemas que trazem como ponto de partida narrativas reais ou fictícias em torno da relação de mulheres com o barro, enquanto importante elemento de memórias, tradições, ancestralidade, religiosidades, lutas, resistências, sobrevivências e identidades. Neste sentido busca trazer para a cena literária personagens femininas como as paneleiras, as ceramistas, as artesãs, as oleiras, as lideranças religiosas dentre outras que fazem da modelagem do barro instrumento de transformação individual e ou coletivo.
O xaxará de Obaluaê na cosmovisão iorubá é um objeto sagrado e tem a função de espalhar e limpar as doenças do mundo. O XAXARÁ DE OBALUAÊ: CONTOS é uma coletânea exclusivamente composta por CONTOS INÉDITOS que trazem narrativas em torno do esforço de revisitar as mitologias iorubás que envolvem o orixá Obaluaê bem como de relatar experiências reais ou ficcionais que traga o protagonismo deste orixá enquanto Senhor da Doença, da Saúde e da Cura.
“Dias de Sol são assim…” é uma coletânea de contos e crônicas e poemas, a ser publicada em formato impresso pela Editora Revista África e Africanidades e que traz como ponto de partida histórias, memórias, expectativas e decepções de dias de sol pelo mundo a fora.
A REVISTA ÁFRICA E AFRICANIDADES desde maio de 2008 vem preenchendo destacado espaço na vida cultural e acadêmica brasileira, pois é um dos poucos periódicos nacionais inteiramente dedicado a temas africanos, afro-brasileiros e afro-latinos que agrega conteúdos acadêmicos, de informação, entretenimento e subsídios para a prática pedagógica e pesquisas escolares da educação básica. Saiba mais.
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